COMUNICADO nº1 CT/2019
E mais uma vez… o SAD!
Mais um ciclo, e eis que o SAD
está novamente em revisão…
A CT tomou conhecimento das alterações ao SAD e assumimos
inclusivamente que algumas das alterações nos parecem positivas, falta ainda,
no entanto, percorrer um longo caminho.
Constatamos que muitas das questões que a CT sistematicamente
sinaliza, não sofrem alterações. O SAD, concretamente o nosso SAD, deve refletir o ADN da ANA SA e assumir sem rodeios que somos “a” Empresa de Gestão Aeroportuária e por esse motivo repositório de capital tecnológico e científico que importa preservar, fazer evoluir, enriquecer e potenciar, e, portanto, fazer refletir de forma afirmativa e coerente o seu CAPITAL HUMANO, reconhecendo-o, efetivamente, e valorizando-o, não o seu contrário!
Este é um slogan da VINCI AIRPORTS e uma das frases mais
ouvidas/lidas pelos Trabalhadores da ANA!
No
entanto, não se nos afigura coerente a afirmação anterior, porquanto:
2.
Sendo o SAD desajustado, resulta assim, num sistemático e
incessante aumento de processos de recurso de avaliação, que também não são
devidamente operacionalizados, na medida em que a decisão final é sempre do
Diretor do avaliado, independentemente das conclusões dos representantes do
Trabalhador & Empresa na formulação das conclusões do recurso,
transformando-o sempre em juiz em causa própria, o que de todo, não se nos afigura,
transparente, idóneo, muito menos credível e justo…
Mais um ano, mais uma avaliação, mais um balanço em tudo similar
aos dos anos anteriores. Sistematicamente os mesmos erros, as mesmas desculpas,
a mesma estagnação, tornando-se o SAD um instrumento de aniquilação da réstia
de motivação e autoestima dos Trabalhadores!
Não incluir nos pressupostos de gestão, a dimensão do valor
humano e da sua motivação, ficando-se na parca dimensão economicista do
potencial crescimento da massa salarial, é em nosso entender:
ü Uma metodologia eficaz para que a Empresa assegure a curto prazo
a total indiferença dos Trabalhadores face as atividades desenvolvidas…
ü A “receita” pronta para comprometer a confiança e cooperação
institucional entre os órgãos da Empresa…
Não somos indiferentes a tudo o que se
está a passar e por isso ….
Desde que a
ANA foi concessionada à VINCI, verificou-se que na avaliação de desempenho
houve um aumento significativo de Trabalhadores com avaliações mais baixas e um
acentuado número de avaliações negativas.
Por outro
lado, com a concessão, constatamos que os lucros da empresa aumentam
significativamente.
A avaliação
2017 foi o exemplo disso e, do que se pode, desde já depreender de 2018 os
dados indiciam um agravamento da situação:
ü Aumento de avaliações negativas e de recursos de avaliação;
Em
contrapartida a Empresa regista ainda:
ü Aumento sustentado dos lucros;
ü Aumento da carga e dos tempos de Trabalho.
Nas várias reuniões com o Presidente da Comissão
Executiva demos nota das injustiças reportadas, da falta de equidade que as
calibrações vieram criar e apresentámos casos concretos.
Até à data,
tivemos face às tentativas de sensibilizar a Comissão Executiva para os factos
apontados, escassos resultados e, pelo que que estamos a assistir novamente
neste ciclo de avaliação, mais do mesmo consubstanciado em reuniões com os
Trabalhadores sem que na maioria dos casos sequer, estejam definidos os
respetivos objetivos que se pressupõem pelo menos coerentes com a excelência
pretendida e advogada pela VINCI ARPORTS.
É na respetiva avaliação, a par das restantes
competências que reside a prossecução dos objetivos de excelência da ANA SA,
algo que o SAD pretende e deve refletir…
Para poder
desenvolver o CAPITAL HUMANO, algo que é não só o nosso MAIOR propósito,
como o é tão querido à VINCI AIRPORTS, há que ter coragem para alterar o que
está mal:
·
como por exemplo,
deixar de avaliar competências em que a justificação é a falta de formação e
a consequência é a crónica nota negativa, sem que para isso a Empresa
proponha e leve a cabo a necessária formação;
·
coragem para não
distribuir os lucros de forma absolutamente discricionária sob a forma de
gratificações a apenas alguns (poucos) Trabalhadores, mas antes fazê-lo por
mérito sobejamente comunicado a todos, reconhecido pelo universo da empresa e
por isso, credibilizado;
·
coragem para ouvir os
Trabalhadores e admitir os erros de gestão que foram cometidos;
·
coragem para encarar
os Trabalhadores não como um número, mas sim como a dimensão humana da Empresa
que é o seu elemento motor;
·
por fim, coragem para
efetivamente valorizar o efetivo laboral da Empresa!
Assim, e
se tal for alcançado na ANA, teremos um “Smiling Day” efetivamente vivido e
comungado na sua plenitude!
A Comissão de Trabalhadores,
maio de 2019