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quinta-feira, 16 de julho de 2020

Comunicado nº7 CT_2020


 
Saídas (In)Voluntárias

 
Na sequência do Comunicado nº6 CT_2020 em reação às decisões da Comissão Executiva (CE) divulgadas pelo Presidente da CE, no qual referimos que relativamente às saídas voluntárias “fomos informados que as abordagens irão ser individuais e feitas caso a caso, de acordo com as informações recolhidas pelos diretores e que não haverá limite de idade. Sobre os valores em negociação (incentivos) foi referido dependerem do tempo e da idade, de cada Trabalhador.”

O posicionamento da CT sobre esta matéria é claro, toda e qualquer saída de um Trabalhador da ANA, depois de uma vida abnegada de dedicação e lealdade à Empresa, além de voluntária deve ser um processo a todos os níveis claro e transparente, no qual devem ser encontrados mecanismos e ferramentas do conhecimento prévio dos Trabalhadores, que lhes garantam equidade e tranquilidade na negociação.

Na eventualidade de serem surpreendidos por uma abordagem neste âmbito, a CT recomenda muita calma e ponderação, devendo sempre socorrer-se o Trabalhador de apoio jurídico que por norma todos os Sindicato prestam ou em alternativa qualquer outro à escolha do Trabalhador.  A CT encontra-se igualmente disponível para ajudar no que nos for possível.

A dedicação de uma vida a uma causa como a ANA SA, não deve no final ficar manchada com uma saída “atabalhoada” e amargurada, deve ser uma despedida, emocionada certamente, mas sem dor nem ressentimentos. 

A maioria dos casos em condições de poder equacionar uma saída sem perdas significativas são Trabalhadores com 30 ou mais anos de serviço, e um amor assim não pode ser descartado como se de uma relação digital se tratasse, sob pena até de a Empresa perder a relação de confiança que já construiu ou está a construir com os restantes Trabalhadores com menos tempo de carreira.

Aliás, para que uma medida deste cariz fosse eficaz e com impacte na massa salarial da Empresa, teria de ocorrer em números de saídas que se tornaria absolutamente desastroso para a capacidade técnica aos mais diversos níveis da Empresa. E porquê, na capacidade técnica?

  1. Porque nos últimos anos, a empresa descartou por diversos modos e de forma progressiva todo um universo de colaboradores que de uma forma ou de outra ocupavam cargos e posições de trabalho que foram sendo extintas quer pela renovação tecnológica quer mesmo por não substituírem esse efetivo, nomeadamente nas áreas essencialmente ligadas ao  apoio técnico administrativo e de áreas técnicas mais operatórias e generalistas que foram substituídos por prestações externas e contratos de manutenção com empresas externas; 

  1. Assim, após a eliminação da grande maioria do efetivo dessas áreas, para que a medida possa ser eficaz e a operacionalidade não seja afetada, das duas uma:
a.     Ou a Empresa amplia a contratação externa o que se afigura incompreensível, havendo efetivo interno para o volume de trabalho ainda existente e, portanto, não propõe as saídas ao efetivo existente;
b.     Ou a Empresa continua na senda das propostas de saídas (in)voluntárias, e perderá inexoravelmente a sua capacidade operacional! 

  1. Afinal o que é que está em causa e o que se diferencia um Trabalhador ANA dos restantes do contingente geral?
a.     Compreende, assimilou e experimentou um sem número de circunstâncias que o faz cumprir um conjunto de regras de segurança (safety e security) que fazem parte do seu ADN, algo que um trabalhador dito “externo”, mesmo que igualmente competente, não têm e sobretudo leva muito tempo a adquirir.  Aqui se coloca a designada cultura operacional e de segurança, essencial aos “modos operandi” aeroportuário;

b.     Têm um conjunto de formações e conhecimentos técnicos muito específicos que levaram bastantes anos a consolidar relativamente ao parque tecnológico instalado na empresa e conhecem as instalações e as interações dos seus sistemas de modo a aplicar procedimentos mitigadores do risco operacional bem como potenciar as condições de operação dos terminais e de diversas infraestruturas aeroportuárias que não estão ao alcance dos prestadores externos sem que se ponha em causa a operação e a segurança operacional.

c.     Têm conhecimento muito específico do negócio aviação e não aviação consolidado ao longo de anos de experiência que mais uma vez, não está ao alcance de empresas de exploração de centros comerciais … porque um Terminal Internacional, sendo a entrada num País e, portanto, um local de exercício de soberania, necessita de cuidados de gestão específicos e assim muito longe dos paradigmas convencionais da exploração de grandes superfícies comerciais.

d.     De facto o ecossistema Aeroportuário não é uma ciência “inalcançável” mas é sim, muito especifico e de tal modo entrosado e multifacetado que os diversos protagonistas das mais diversas áreas deste a área de negocio aviação à de negócio não-aviação, têm de estar atentos a um tal número de variáveis que é vertiginosamente diferente de tudo o mais que existe no mercado geral e está objetivamente fora do alcance de prestações mais ou menos “avulsas” de serviços a contratar em prazo útil à redução de custos pretendida.
 

  1. Com a inversão da pirâmide etária a VINCI em 2016/2017 percebeu que tinha de reforçar os quadros da Empresa, ação que veio a ser mantida até ao final de 2019. Ainda assim, não abdicou de intensificar e externalizar diversas áreas técnicas, fazendo sair o respetivo “know-how” e deixando na Empresa apenas a tarefa de enquadrar e organizar esses recursos. Do ponto de vista da CT, é de todo contraproducente a Empresa recorrer a esse mecanismo quando estão em causa serviços que não são temporários, mas sim permanentes. Este movimento de “contratação” de trabalho “temporário”, rapidamente se sedimentou em trabalho permanente, o que paralelamente originou o aparecimento de um elevado número de Trabalhadores de empresas externas tenham solicitado a sua integração nos quadros da ANA. Alguns desses casos estão e estarão nos tribunais para decisão que obviamente não será “ligeira” para a ANA SA sobretudo em termos reputacionais; 
 
  1. Ainda, e segundo dados do relatório de contas de 2019, a ANA contava nos seus quadros com 1304 Trabalhadores. Para a dimensão da ANA, com a gestão dos 10 Aeroportos Nacionais, e consequente responsabilidade de serviço público a que está obrigada, processou em 2019, 59 120 491 passageiros. A CT considera inclusive, este número de Trabalhadores baixo para manter operacional as infraestruturas e a operação mantendo os níveis de segurança que a operação aeroportuária exige. É absolutamente claro e evidente para quem está no terreno, que os excecionais resultados obtidos após a privatização em 2013, cujo somatório dos lucros se aproximam dos 1 200 000 000€ (Mil e Duzentos Milhões de €), só possíveis graças aos esforços redobrados de todas as suas equipas;
 
Compreendemos a visão de rejuvenescimento dos quadros da Empresa e a necessidade de inversão da pirâmide etária, consideramos que, a serem dispensados os mais antigos (portanto os mais experientes e mais onerosos quadros da empresa) e mesmo que seja enquadrado novo efetivo, as consequências de perda de “know-how” na manutenção operacional das infraestruturas e operações encerra em si, na opinião da CT uma ameaça à integridade da ANA SA. Mais, essas saídas não poderão posteriormente, quando o volume de trabalho o justificar, serem substituídas por prestadores externos!

Por fim, dizer que se reconstruir a nossa estrutura de custos numa base zero, for a inevitabilidade anunciada, que seja, mas transversalmente e de modo que não afete a operacionalidade dos serviços.
Assim, consideramos que a empresa pode e deve ainda otimizar os seus custos operacionais sem que tal afete o universo laboral da ANA SA, sendo de todo oportuno revisitar alguns FSE’s que ainda prevalecem e que, podem ser equacionados na sua pertinência, como são por exemplo o parque de viaturas de toda a ANA SA e a hipótese de renovação de algumas nesta fase e ainda uns tantos investimentos (pequenas obras) não essenciais.

 

Comissão de Trabalhadores

15/07/2020

 

 

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Comunicado nº6 CT_2020


Segunda vaga
 

A Comissão de Trabalhadores da ANA SA reuniu nesta quinta feira dia 09 de julho com o Presidente da Comissão Executiva (PCE) da ANA e com a Diretora de Recursos Humanos (DRH).
Face ao momento e ao evoluir da crise sanitária e suas consequências na atividade da Empresa, o PCE informou que a redução da estrutura de custos iria incidir em três componentes:
·        Fornecimento de Serviços Externos (FSEs);
·        Investimentos não contratualizados com o Estado (Concedente);
·        Massa salarial.
Se genericamente dois terços da estrutura de custos são FSEs, sendo o outro terço referente à massa salarial, não podemos deixar de referir que, no limite, se os cortes incidissem essencialmente e de forma assertiva nos FSEs, muito provavelmente não se colocaria a necessidade de avançar com medidas de redução da massa salarial.

Concordando-se ou não, conseguimos perceber o racional argumentado das medidas preconizadas pela Administração para agilização da tesouraria da ANA Aeroportos de Portugal.
Não entendemos, contudo, que a adoção das medidas, agora apresentadas tenham sido previamente apresentadas aos Sindicatos, seguida de comunicação do PCE ao universo de Trabalhadores da ANA via Comunicar CE e, só depois, em dia subsequente, informar a Comissão de Trabalhadores desta decisão da Comissão Executiva.
A Comissão de Trabalhadores advoga e partilhou com a Comissão Executiva que o esforço dos Trabalhadores para vencer esta crise devem ser partilhados. Reiterámos junto do PCE que todo e qualquer sacrifício, logo que ultrapassada a crise, deve a empresa compensar efetivamente os Trabalhadores que abnegadamente se sacrificaram.
Porque temos memória, não podemos deixar de dizer, que no pré covid, com elevados proveitos operacionais, não foram os Trabalhadores que viram reconhecidos materialmente os seus méritos. Os prémios e gratificações foram distribuídos por uma minoria. Curiosamente, agora que se impõe a redução de custos são os Trabalhadores que são lembrados para partilhar o sacrifício supremo de redução efetiva do seu vencimento via redução do PNT (Período Normal de Trabalho).
Relativamente às saídas “voluntárias” fomos informados que as abordagens irão ser individuais e feitas caso a caso, de acordo com as informações recolhidas pelos diretores e que não haverá limite de idade. Sobre os valores em negociação (incentivos) foi referido dependerem do tempo e da idade, de cada Trabalhador.
A CT não se revê na elaboração de requerimentos que precedem os contratos de adesão ao teletrabalho ou à redução do PNT. Sendo as medidas propostas e implementadas pela Empresa não deveriam ser os Trabalhadores a requerer a adesão às medidas referidas.
Da mesma forma que aquando das medidas tomadas há 3 meses e não sendo da competência da CT aconselhar relativamente a uma decisão individual que é de adesão voluntária, deverá cada um dos Trabalhadores decidir em consciência e sem qualquer tipo de pressão ou coação que condicione a sua opção.
Por fim, a CT realça que não se revê nas medidas de redução da massa salarial enquanto a Empresa não demonstrar cabalmente que os cortes anunciados para os FSE’s foram esgotados na sua totalidade.

Comissão de Trabalhadores

10/07/2020

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Comunicado nº 5 CT_2020


Comunicado nº 5 CT_2020

CUMPRIMOS SERVIÇO PÚBLICO
 

Implementadas que estão as medidas de viabilidade económica pela Comissão Executiva (CE), com enfoque na redução do vencimento mensal de 90% dos Trabalhadores da ANA SA, importa fazer o ponto de situação:
 
Pese embora a Comissão de Trabalhadores (CT) não ter sido atempadamente consultada relativamente à implementação das medidas, percebemos que perante o momento pandémico sejam necessárias medidas, com a natural exceção da impactante medida de Redução Salarial em 20%, pelas razões que tivemos oportunidade de explicar no nosso Comunicado nº4.
 
Dissemos e reafirmamos agora, que a medida foi prematura, e com um impacto financeiro pouco menos que simbólico, para uma empresa como a ANA, que após a concessão à VINCI, tem apresentado ano após ano, elevados lucros.
A CT sabe, e todos nós sabemos que, desde que foi entregue a concessão da ANA à VINCI, mais de mil milhões de Euros deram entrada nas contas da VINCI, fruto do trabalho e empenho de todos os Trabalhadores, diariamente. Por seu lado, a Empresa, infelizmente, nunca reconheceu o efetivo empenho dos seus Trabalhadores.

A CT mesmo não apoiando a medida de RTT, teve o cuidado de referir que a mesma era de adesão voluntária, de acordo com as orientações da Comissão Executiva. Tivemos obviamente o cuidado de não influenciar a decisão de cada um de vós, na medida em que se trata de uma opção individual e de foro privado. Lamentavelmente, não foi essa a postura de alguns responsáveis, que adotaram métodos dignos de tempos que julgávamos já ultrapassados, com pressões e coações que a todos deviam envergonhar, e que não refletem os valores e princípios da ANA e do Grupo VINCI. Tivemos o cuidado de atempadamente denunciar essas situações à CE. Não deve valer tudo na prossecução de um determinado objetivo, pelo que, estranhamos, no meio de tanta comunicação institucional sobre as medidas, não ter visto nenhuma referência aos factos que aludimos e denunciámos.
Muitas questões, foram mal explicadas ao longo do processo, muitas dúvidas surgiram, e muitos esclarecimentos se seguiram, fruto da precocidade na implementação das medidas.
Realçamos desde logo uma que nos parece da mais elementar injustiça: as baixas até março 2021 e as implicações da RTT. Apesar dos esclarecimentos da DRH, faltou dizer que, se um Trabalhador aderente à RTT, entrar de baixa médica (que não seja por COVID), as remunerações com a redução de 20% irão entrar nos cálculos da Segurança Social e este verá o seu subsídio de doença reduzido num momento em que necessita de um reforço na sua capacidade económica.

Cumpre também referir que as perdas gerais para os Trabalhadores, vão mais além. Às já referidas somamos, a degradação dos descontos para o Fundo de Pensões e Segurança Social, com naturais impactos futuros nas reformas de cada um dos Trabalhadores aderentes. Afinal os cortes vão para além dos 3 meses, e devem ser tidos em conta em ações futuras.
 
Importa dizer que desde o primeiro momento da crise, a CT tentou perceber a amplitude das necessidades e a gravidade relativa dos impactes no Universo ANA.
 
Continuamos a questionar, analisar e monitorizar, em pormenor, o momento financeiro da ANA e iremos querer perceber o que ocorrerá no final destes 3 meses de constrangimentos.
 
Queremos também dizer, a todos que aderiram, voluntariamente ou “não” à RTT e a todos que não o fizeram, que estaremos vigilantes, para todo e qualquer “desvio ou consequência”, resultante dessa opção, e que todos os episódios que venham a ocorrer, não serão unicamente reportados à CE, mas igualmente a todos os organismos externos à empresa, tais como CEE (Comité Europeu de Empresa), ACT e Grupos Parlamentares, entre outras entidades.
 
Temos a perfeita noção que se não fossem as questões legais imporem a existência de representações dos Trabalhadores, pelo incómodo que representam, e pelas vozes muitas vezes discordantes, as mesmas jamais teriam oportunidade de nos locais certos, fazer valer os direitos dos Trabalhadores. Esta é a realidade, nesta dicotomia absolutamente desigual.
 
O medo não pode continuar a ser a principal ferramenta de controle da Paz Social, sob pena de ser uma paz com pés de barro!
 
Um agradecimento a todos os Trabalhadores da ANA, pelo serviço publico que prestamos ao país, e a que estamos obrigados.  

 
Protejam-se e fiquem bem!
 

21 de abril 2020

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Comunicado nº 4 CT_2020



 

Medidas de adesão voluntária

A Comissão de Trabalhadores, à semelhança de todo o universo de Trabalhadores da ANA, foi surpreendida com a mensagem do Presidente da Comissão Executiva da ANA, Eng.º Thierry Ligonnière. Foi posteriormente convocada para duas reuniões de esclarecimento sobre os temas abordados na mensagem, com particular enfoque nas medidas relacionadas com a viabilidade económica da empresa.

Em ambas as reuniões, a CT manifestou e fundamentou a sua discordância com a implementação de medidas que tenham impacto negativo na massa salarial dos Trabalhadores e nos seus rendimentos. A CT compreende desde logo o impacto futuro desta crise no negócio Aviação e em toda a sua envolvente, no entanto inevitavelmente somos obrigados a fazer uma retrospetiva ao passado recente e facilmente concluímos que a ANA SA é a Empresa com maior robustez, sucesso e capacidade financeira no setor Aviação, resultados esses, só possíveis com a dedicação e profissionalismo de todos NÓS.
 

Os Trabalhadores da ANA veem-se agora confrontados com um conjunto de medidas, ainda que voluntárias, anunciadas para aplicação imediata. Reiteramos que é absolutamente entendível que o CE tome medidas que minimizem o impacto brutal que a atual situação está a originar, o que não concordamos em particular, é com a medida de redução de 20% do rendimento, a qual consideramos prematura, nomeadamente pela capacidade de Tesouraria no curto prazo que a ANA deveria ter, para aguentar e ver a evolução da crise, e se mais à frente fosse efetivamente necessário, decidir então algumas medidas, entretanto já consolidadas e devidamente explicadas a todos os Trabalhadores, demonstrando dessa forma confiança e vigor, sinais extremamente positivos para todo o mercado e de valor incalculável no momento atual.

Se à medida de redução dos 20%, em tempo e dinheiro, somarmos ainda a suspensão até 31/12/2020, dos desenvolvimentos profissionais (evoluções, acessos, promoções e desenvolvimentos especiais), maior é a incredulidade geral sobre a totalidade e o momento das medidas anunciadas.  

Não sendo da competência da CT aconselhar relativamente a uma decisão individual que é de adesão voluntária, deverá cada um dos Trabalhadores decidir em consciência e sem qualquer tipo de pressão ou coação que condicione a sua opção.  A CT denunciará à Comissão Executiva qualquer tipo de ocorrência que possa configurar alguma destas situações, pelo que apelamos desde logo, que não hesitem em comunicar-nos qualquer incidente que ocorra nesse sentido. Atuaremos de imediato, denunciando a situação sem, no entanto, comprometer a identidade do Trabalhador.

 

05 de abril 2020

 

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Comunicado nº3 CT_2020


No que à crise originada por Covid 19 propriamente dita diz respeito, a partilha e divulgação de muita informação avulsa nem sempre é sinonimo da qualidade intrínseca dessa mesma informação, razão pela qual a CT só agora vem junto de todos vós.

A Comissão de Trabalhadores, desde a primeira hora esteve e está atenta a tudo o que se têm vindo a passar na Empresa, em particular com a crise criada por esta pandemia.

Esta redobrada e cuidada atenção da CT está sustentada por várias ações desenvolvidas dentro e fora da Empresa. Na empresa, com a Administração e com os Representantes para a Segurança e Saúde no Trabalho e fora com todos os Sindicatos representativos da ANA SA. Iremos prosseguir com esta atividade e continuar a manter e fomentar essas sinergias, criando pontes e entendimentos tanto quando o possível e sempre que tal se revele do melhor interesse dos Trabalhadores.

Conscientes que estas circunstâncias extraordinárias, para além do drama social que nos impõe enquanto cidadãos neste mundo global, obriga-nos a repensar e a reequacionar os nossos valores, a solidariedade e responsabilidade social que será chamada a responder a esta emergência que se avizinha, profunda e extensa, bem como, as nossas prioridades de vida e de cidadãos nomeadamente as que decorrem finalmente da economia familiar e do País. 

Esta ameaça global de saúde pública, é transversal a todas as sociedades, com implicações brutais na economia. Será na resiliência das respostas que importa encontrar que nos devemos focar e trabalhar em conjunto, se não como protagonistas, pelo menos como os primeiros interessados em que as mesmas sejam proporcionais, justas e adequadas em cada instante às realidades e à saúde financeira das Empresas no seu todo.

A ANA SA, é indiscutivelmente uma das mais sólidas Empresas do Universo Empresarial Português. Chega a esta fase de emergência, com uma capacidade de fazer face à presente crise de forma ímpar, dada a sua capacidade financeira consubstanciada nos excelentes resultados de todos os exercícios anteriores.
Embora a CT deva estar sensível aos argumentos contextualizados com a presente crise, são os Trabalhadores enquanto “tecido laboral da Empresa”, a preocupação primordial desta CT uma vez que nunca nos poderemos esquecer que a parte essencial deste tecido, os Trabalhadores, sistematicamente apelidados como o maior ativo da empresa, são paralelamente quem detém menor poder negocial, sendo portanto, a mais frágil e a que mais carece de atenção, proteção e cuidado.
Estamos assim atentos não só às medidas que a Empresa já implementou ou está a implementar em termos da emergência em que nos encontramos, como também às que têm ainda em estudo no intuito de minimizar os impactes nefastos na sua economia.

 Neste acompanhamento, tudo faremos para diligenciar afincadamente junto ao órgão de decisão da ANA para que as decisões que venham a ser adotadas pela mesma não incidam sobre o elo mais fraco, contudo por norma, o mais tentador para as Empresas, que é fazer incidir essas medidas, na massa salarial e, portanto, nos rendimentos dos Trabalhadores.


A essas medidas dizemos, NÃO!
 
Não deixaremos de estar solidários com as outras ORT que prossigam objetivos e resultados coincidentes com os nossos e da mesma forma, também seremos atuantes junto da Administração, em medidas no mesmo sentido.

Tempos excecionais carecem de medidas excecionais, liderança e visão de futuro. As medidas que esperamos sejam tomadas neste contexto têm de ser graduais, proporcionais, justas e adequadas de modo a que determinem o menor impacte negativo no tecido laboral da Empresa e reforcem neste percurso as necessárias condições de confiança e motivação acrescida para que possamos recuperar o mais rapidamente possível, como um todo.

Haja assim, sabedoria e coragem dos que protagonizam essas decisões e também, daqueles que as possam influenciar no melhor interesse de todos.

 
A Comissão de Trabalhadores permanecerá assim parte da solução, contudo atenta e atuante, agora e sempre.

 
Todos juntos iremos vencer este inimigo invisível!

 

 

29 de março 2020

Comunicado nº2 CT_2020



Coronavírus (SARS-CoV-2) _COVID-19

 

Nesta altura muito complicada, não só para a aviação Civil, mas para a humanidade no seu todo, que nos deixou fortemente apreensivos, esta Pandemia, teve pelo menos o condão de nos unir a todos em torno deste inimigo invisível, mas porque juntos, com coragem e determinação somos invencíveis, esta luta será certamente ganha, com base na confiança nas medidas e recomendações, amplamente difundidas pela OMS e restantes Autoridades competentes. A Comissão de Trabalhadores (CT) apela ao cumprimento dessas medidas e recomendações e que simultaneamente, exerçam a vossa influência no sentido do cumprimento das mesmas.

Todas as medidas e recomendações em vigor são do nosso ponto de vista positivas. Podem, no entanto, ser complementadas com outras, que se revelem mais valias no combate à propagação do vírus. Tudo o que se possa fazer que atrase a escalada exponencial da pandemia, retardará o pico da mesma, o que aumentará significativamente a resposta que o nosso SNS poderá oferecer, diminuindo-se assim o número de vítimas mais à frente. Será igualmente importante para quebrar mais rapidamente com as cadeias de transmissão do Vírus. Nesse sentido a CT solicitou ao Presidente do Conselho Executivo em três ofícios distintos várias medidas que certamente irão complementar todas aquelas que já se encontram implementadas, a saber:

1.     Suspensão temporária do controle de assiduidade Biométrico:

2.     Conjunto de medidas a implementar nos postos de controlo de segurança:

3.     Uma dezena de medidas complementares de contenção e prevenção do COVID-19:

Dito isto importa, porque nunca é demais, reforçar algumas das medidas e recomendações fundamentais sobre prevenção do coronavírus (SARS-CoV-2), agente causador da infeção COVID-19, divididas em 2 grupos, medidas de higiene individual e de higiene ambiental. Nesse sentido, recomenda-se:

ü  Higiene individual- Higiene frequente das mãos, lavando amiudamente com água e sabão, ou na sua substituição, desinfeção das mãos com solução antissética de base alcoólica (SABA).

ü  Higiene Ambiental- Etiqueta respiratória- Quando tosse ou espirra fazê-lo para um lenço que descarta (e procede de seguida à higiene das mãos);

- Em alternativa, tossir ou espirrar para a zona do braço/cotovelo, evitando fazê-lo para o ar ou na direção de outras pessoas;

- Evitar tocar com as mãos nos olhos, nariz e boca;

- Respeitar uma distância superior a 1,5 metros em conversas com outras pessoas;

- Caso apresente sintomas respiratórios (ex: tosse, espirros, expetoração) usar máscara se possível, e evitar estar próximo de outras pessoas. Muita atenção que as máscaras de pano verde, protegem o ambiente do utilizador, não protegem o utilizador do ambiente (vírus);

- Limpeza minuciosa e mais frequente dos espaços (particularmente salas de reunião ou outros espaços comuns);

- Desinfeção regular de manípulos das portas.

- Desinfeção regular de teclados de computador e de mesas de apoio/reunião.

- Distribuir embalagens de solução antisséptica de base alcoólica (SABA) para antissepsia das mãos, em locais estratégicos, e onde não existe possibilidade de lavar as mãos com água e sabão (por exemplo ao lado dos computadores).

- Antes e após utilizar o computador lavar as mãos ou desinfetar com SABA.

- Sempre que possível deixar portas abertas e abrir janelas para arejar os espaços.

E não esquecer: hidratar-se convenientemente com água, chá ou outros líquidos. Optar por uma alimentação saudável e manter algum tipo de exercício físico, mesmo no domicílio, para que o sistema imunitário se mantenha operacional.

Se apresentar sintomas compatíveis com síndrome gripal (tosse, febre, dores musculares, dificuldade respiratória), deve proceder à auto monitorização que consiste em avaliar e registar: temperatura corporal, presença de tosse e presença de dificuldade respiratória. Nesse caso, deve contactar o SNS 24 (808 24 24 24), a fim de reportar a situação e pedir orientações.

 

Todos juntos iremos vencer este inimigo invisível.

 

20 de março 2020

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Comunicado nº1 CT_2020

Comunicado nº1 CT_2020

 

1.     Sistema de avaliação de desempenho (SAD): 

Com a concessão da ANA SA, ano após ano, têm sido sucessivas as alterações, calibrações, curvas de Gauss e quotas, no Sistema de avaliação de desempenho (SAD), o que por si, se traduz numa ineficaz gestão do maior ativo da Empresa: os seus Recursos Humanos!
Na sua génese o “SAD” permite à gestão aferir o talento, percecionar as necessidades de desenvolvimento individuais e coletivas da organização, colocando o foco na promoção da performance, quer dos Trabalhadores, quer da Empresa.
Possibilita aferir as necessidades de formação, fornecendo informação preciosa na elaboração do plano de formação, de forma a alavancar o conhecimento e a inovação, criando assim um circulo virtuoso de melhoria continua. Despoletando-se por esta via, benefícios evidentes para qualquer empresa de topo.
No entanto, o facto do sistema de créditos do SAD, estar diretamente ligado ao sistema de carreiras, acaba por distorcer a “bondade” do Sistema de avaliação em si mesmo. Esta variável, acaba por se sobrepor a todas as outras, acabando o SAD por ser uma ferramenta de controlo de gestão, retardando subidas de níveis e maturidades, com impactos significativos, como sejam, os cálculos de pensões e reforma, fundo de pensões, subsídios doença, entre outros.
Anuncia-se agora, uma nova plataforma, denominada RUMO, mas que na prática, nada mais é que uma aplicação informática, não alterando, no essencial a problemática existente.  

2.     Saídas voluntárias da empresa: 

Relativamente às negociações de saída voluntária da empresa, a Comissão de Trabalhadores, comunicou à Comissão Executiva, que este tipo de programas pelo impacto evidente que poderá ter na vida futura dos Trabalhadores envolvidos, bem como na gestão do conhecimento, deverá ser um processo a todos os níveis claro e transparente, no qual devem ser encontrados mecanismos e ferramentas do conhecimento prévio dos Trabalhadores, que lhes garantam equidade na negociação, e simultaneamente um acesso ao programa absolutamente voluntário e sem consequências profissionais caso a negociação não se concretize.  

3.     Sugestões de melhoria:

Numa outra vertente, a Comissão de Trabalhadores, durante o ano 2019 apresentou algumas sugestões à empresa, dentro do âmbito da esfera de atuação e responsabilidades da CT, contudo, informamos que de acordo com a boa relação institucional que mantemos com todas as representações Sindicais, não o fizemos dentro de um contexto negocial, pois esse não é o nosso âmbito. Foram sugestões/propostas de tudo ou nada, ou a empresa anuía, ou as rejeitava. Importa sublinhar, que até ao momento, as propostas apresentadas pela Comissão de Trabalhadores, nenhuma foi acolhida.
Vimos nas propostas, a possibilidade de uma aproximação efetiva da Empresa aos Trabalhadores, e nas suas concretizações, perspetivávamos uma melhoria do clima organizacional.

ü  Propusemos que a partir de 2020, no dia do aniversário do Trabalhador, fosse o mesmo dispensado, caso estivesse a trabalhar. Enviando simultaneamente um email/carta a felicitá-lo.

ü  Propusemos ainda, que a empresa estudasse formas alternativas e incentivos ao Transporte coletivo, de forma a reduzir a pegada de carbono, nos Aeroportos onde essa prática foi extinta, recuperando assim uma pratica muito positiva do passado da ANA. Propusemos onde não existe transporte de autocarro providenciado pela Empresa aos Trabalhadores, a sua reimplementação. A postura negocial da empresa levou que a CT retirasse de imediato a proposta.

O transporte coletivo tem igualmente um caráter ambiental, e cabe a todos a sensibilização proactiva de todas estas opções, no entanto estas alternativas, não podem, nem invalidam a utilização do transporte individual e o consequente acesso ao estacionamento.

As questões ambientais, não podem só fazer sentido, quando não acarretem custos diretos, os proveitos indiretos são um bem incomensuravelmente maior!

4.      A função da manutenção nos Aeroportos:           

A CT entende e tem manifestado junto das sucessivas Comissões executivas, que a função de Gestão de Ativos e, portanto, na sua base, a função da manutenção dos mesmos como vital e de extrema importância na operacionalização das estratégias de investimento em ativos técnicos e na sua essência, de todos os sistemas técnicos aeroportuários.

É, pois, imperativo que a ANA projete e defina a política estratégica para manutenção em processos transversais, respeitando obviamente as idiossincrasias de todos os Aeroportos, devendo interligar-se entre si, na sua matriz global, retomando o percurso da implementação da ferramenta EAM – (Entreprise Asset Management), projetando e definindo a política estratégica para manutenção Aeroportuária em processos transversais - framework da manutenção. Assegurando assim, os indicadores técnicos, económicos e organizacionais tão essenciais à estratégia da manutenção.

É pois e unicamente através de uma gestão ativa dos recursos humanos internos e externos das manutenções dos Aeroportos que será viável quantificar e perceber nas grandes áreas estratégicas para o negócio que são, entre outras, a Energia, os Sistemas de informação, Mecânica e Civil, definir quais as especialidades a assegurar internamente e dentro de cada uma delas, aquelas com que a Empresa deverá contar sempre como - Core para a Empresa, optando aí em concreto pelo modelo Insourcing- uma vez que lhe permitirão suportar de forma idônea e oportuna a tomada de decisão relativa às melhores opções relativamente a  tecnologias e investimentos.

Sem prejuízo de uma mais cuidada e detalhada análise, essas serão sem dúvida e sempre, as competências a assegurar internamente.

É necessário pois, não perder mais tempo, aproveitar a nova estrutura de gestão anunciada para o relançamento deste EAM, evitando assim, riscos operacionais e a continua perda de “know how”, ainda presentes na ANA Aeroportos de Portugal. 

5.     Estruturação da empresa:

Decorrente das sucessivas saídas voluntárias da Empresa, a CT tem manifestado junto da Comissão Executiva, a sua preocupação no que respeita ao futuro e de que forma será estruturado e organizado o trabalho. É responsabilidade da Empresa ter uma linha de gestão clara e célere, que permita acautelar a organização do trabalho, evitando assim disrupções, sem sobrecargas sistemáticas de trabalhos junto dos Trabalhadores.

A CT manifesta-se preocupada com o aumento do número de Trabalhadores que “levam trabalho para casa” e alerta desde já para os riscos desse comportamento, desde logo ao nível da produtividade e para uma maior propensão para certos riscos de saúde.  

Para concluir, de referir que, apesar dos bons resultados, com os lucros conhecidos e reconhecidos, nos quais, não será certamente despiciente o excecional desempenho dos Trabalhadores, ambicionamos para 2020 o reconhecimento materializável, do esforço e dedicação de todos os Trabalhadores. 

A CT reitera a todos, o desejo de um Prospero 2020, cheio de sucessos!

 
2 de janeiro 2020