Comunicado nº 5
CT_2020
CUMPRIMOS SERVIÇO PÚBLICO
Implementadas que estão as medidas de viabilidade económica pela Comissão
Executiva (CE), com enfoque na redução do vencimento mensal de 90% dos
Trabalhadores da ANA SA, importa fazer o ponto de situação:
A CT sabe, e todos nós sabemos que,
desde que foi entregue a concessão da ANA à VINCI, mais de mil milhões de
Euros deram entrada nas contas da VINCI, fruto do trabalho e empenho de
todos os Trabalhadores, diariamente. Por seu lado, a Empresa, infelizmente,
nunca reconheceu o efetivo empenho dos seus Trabalhadores.
A CT mesmo não apoiando a medida
de RTT, teve o cuidado de referir que a mesma era de adesão voluntária, de
acordo com as orientações da Comissão Executiva. Tivemos obviamente o cuidado
de não influenciar a decisão de cada um de vós, na medida em que se trata de
uma opção individual e de foro privado. Lamentavelmente, não foi essa a postura
de alguns responsáveis, que adotaram métodos dignos de tempos que julgávamos já
ultrapassados, com pressões e coações que a todos deviam envergonhar, e que não
refletem os valores e princípios da ANA e do Grupo VINCI. Tivemos o cuidado de
atempadamente denunciar essas situações à CE. Não deve valer tudo na
prossecução de um determinado objetivo, pelo que, estranhamos, no meio de tanta
comunicação institucional sobre as medidas, não ter visto nenhuma referência
aos factos que aludimos e denunciámos.
Muitas questões, foram mal explicadas ao longo do processo, muitas
dúvidas surgiram, e muitos esclarecimentos se seguiram, fruto da precocidade na
implementação das medidas.
Realçamos desde logo uma que nos parece da mais elementar injustiça: as
baixas até março 2021 e as implicações da RTT. Apesar dos esclarecimentos da
DRH, faltou dizer que, se um Trabalhador aderente à RTT, entrar de baixa médica
(que não seja por COVID), as remunerações com a redução de 20% irão entrar nos
cálculos da Segurança Social e este verá o seu subsídio de doença reduzido num
momento em que necessita de um reforço na sua capacidade económica.
Cumpre também referir que as perdas gerais para os Trabalhadores, vão
mais além. Às já referidas somamos, a degradação dos descontos para o Fundo de
Pensões e Segurança Social, com naturais impactos futuros nas reformas de cada
um dos Trabalhadores aderentes. Afinal os cortes vão para além dos 3 meses, e
devem ser tidos em conta em ações futuras.
Continuamos a questionar, analisar e monitorizar, em pormenor, o
momento financeiro da ANA e iremos querer perceber o que ocorrerá no final
destes 3 meses de constrangimentos.
Temos a perfeita noção que se não fossem as questões legais imporem a
existência de representações dos Trabalhadores, pelo incómodo que representam,
e pelas vozes muitas vezes discordantes, as mesmas jamais teriam oportunidade
de nos locais certos, fazer valer os direitos dos Trabalhadores. Esta é a
realidade, nesta dicotomia absolutamente desigual.
21 de abril 2020