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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Comunicado nº4 CT _ Fundo Perdido

 

Comunicado Nº4_CT 2021

 

 Fundo Perdido?

Estamos a tempo de Dizer NÃO

 

Desde a 1ª e única eleição para os Representantes dos Trabalhadores no Fundo de pensões (FP), que a Comissão de Trabalhadores (CT) e os Trabalhadores não tinham notícias relativamente ao mesmo. Uma nova alteração legislativa, voltou a permitir a presença da CT na Comissão de Acompanhamento do Fundo de Pensões (CAFP), que passa agora a ter, seis elementos indigitados pela Empresa e cinco elementos representantes dos Trabalhadores (mantêm-se os dois Trabalhadores eleitos, um elemento da CT e dois elementos indicados pelos dois Sindicatos mais representativos).

Logo na primeira reunião para recomeço de acompanhamento, após esta última alteração, fomos surpreendidos, com a proposta da empresa, de suspensão até novembro de 2024 da respetiva contribuição acordada e contratualizada para o FP.

Lembramos que, o atual FP, assenta no fundo social criado nos anos 80 com base nos descontos dos funcionários públicos, de forma a compensar os Trabalhadores do mercado de trabalho.

 

Na ANA, este fundo de pensões foi criado pelos Trabalhadores e para os Trabalhadores.

 

Pela necessidade de especialização da gestão do FP, a gestão do mesmo, foi em meados dos anos 90, entregue a uma empresa especializada, a Futuro, do grupo Montepio. Este fundo era de benefício definido, ou seja, destinava-se a cobrir a diferença entre o valor da reforma e o vencimento da última remuneração no ativo.

 

Em 2004, o fundo foi alterado, deixando de ser de benefício definido para ser de contribuição definida. Certo é que, a empresa assegurou a todos os Trabalhadores de que esta seria a melhor solução. Consequentemente, de forma a compensar, foi acordada uma fórmula de compensação da empresa para com os Trabalhadores.

Assim, foi publicado em Diário da República o contrato constitutivo em 2004, onde constava a contribuição da associada, fórmula que definia a contribuição da empresa para cada Trabalhador.

 

Desde essa data, até 2013, a empresa sempre honrou o “Contrato”, mesmo nos tempos mais difíceis (Intervenção externa), grandes investimentos ou períodos de decréscimo de lucro.

 

Aquando da concessão da ANA,SA à Vinci, o Fundo de Pensões ANA foi um dos pontos debatidos nas diversas  reuniões entre a Comissão de Trabalhadores e o Secretário de Estado da altura, que perante a nossa desconfiança e obvio receio das intenções do concessionário, nos garantiu ter sido assegurada a manutenção do Fundo nas mesmas condições, referindo que a VINCI, informara o concedente que a privatização não iria influenciar as condições contratadas no fundo.

Desde 2013 até à data, a empresa sempre cumpriu e honrou com esse compromisso.

 

Todos sabemos a história da pandemia e das suas consequências desde o início em 2020, o abrupto decréscimo do tráfego, levou a empresa, a ato contínuo, a apelar à solidariedade e à contribuição voluntária dos Trabalhadores, com redução do PNT e ao inerente corte nos salários.

Já este ano, a empresa recorreu ao RPNT, programa de apoio Estatal, implicando mais perdas para os Trabalhadores, reduzindo simultaneamente, por força da redução do PNT, a contribuição para a conta de cada Trabalhador no FP e na Segurança Social (SS). Não sendo a medida de aplicação uniforme entre serviços e Trabalhadores, criou-se desde logo, mais uma diferenciação entre Trabalhadores, naquilo que cada um adicionará à sua reforma, por força da redução das contribuições para o FP e SS.

O reconhecimento de todo o esforço e dedicação dos Trabalhadores da ANA, como sistematicamente tem vindo a acontecer,  é uma vez mais posto em causa, com esta medida que impactará significativamente, num dos momentos mais críticos das vidas de cada um de nós, a velhice.

 

Numa altura em que a Comissão Europeia alerta para uma redução drástica do valor das reformas em Portugal nos próximos anos, a ANA, pretende desresponsabilizar-se dos compromissos assumidos no passado e mais grave, descomprometer-se com a salvaguarda de alguma segurança que o FP pretende assegurar.

(https://observador.pt/especiais/reformas-pela-metade-o-que-pode-fazer-para-acautelar-o-seu-futuro/

https://www.dinheirovivo.pt/economia/portugal-e-onde-pensoes-mais-perdem-valor-apos-a-reforma-13968960.html)

 

 

Por tudo isto, DIZEMOS NÃO.

 

Queremos acreditar que a voz dos Trabalhadores se fará ouvir, e que a empresa, juntamente com os Representantes encontrem uma melhor solução, mais equilibrada e justa. Nesse sentido a CT reafirma não aceitar a suspensão. A acontecer, e caso esta ser efetive, só o será, caso seja outorgado o compromisso da reposição total dos valores por parte da ANA, SA a partir de 2024.

Caso contrário, a CT irá continuar a bater-se pelo cumprimento do que foi nesta matéria acordado entre a VINCI e o Concedente e assim defender os direitos de todos os Trabalhadores, nos lugares e instâncias que julgar por mais adequados e oportunos.

 

Por fim, dizer que estamos perante algo absolutamente fraturante, que mexe com princípios e valores intrínsecos a cada um de nós, que certamente, como nunca na história da ANA, irá abalar os alicerces de uma sólida Paz Social, construída arduamente ao longo dos quarenta e três anos da sua existência.

 

 

Queremos manter ou melhorar Fundo de Pensões, tal como está, não aceitamos que se transforme num Fundo de Penalizações!!

 

 

 

 

 

Comissão dos Trabalhadores

07/28/2021


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