Comunicado
Nº3_CT 2021
Tempos difíceis - Estranhas medidas
Quinze meses passaram, desde que foi
declarada a Pandemia em Portugal, período que jamais conseguiremos apagar das
nossas memórias. Enquanto Trabalhadores,
ficará para a história, o querer, a resiliência a capacidade de luta e de
manter a Empresa viva.
É, no entanto, com incompreensão que
vamos lendo os sinais, na Empresa, que nos levam a concluir, que a Pandemia
mais não fez, que acelerar estratégias de alteração “laboral”, desde logo a
denúncia Acordo de Empresa (AE) e mais recentemente algumas interpretações enviesadas
ao AE ainda em vigor.
São tempos difíceis, já sabemos,
existem incertezas quanto ao futuro, certamente, nada disto valida medidas,
altamente impactantes para os Trabalhadores e de impacto residual para uma
Empresa com a dimensão da ANA.
Teve conhecimento a CT, que no passado
mês de junho, alguns Trabalhadores, com restrição médica atestada e validada pela
SO, com limitação para efetuar trabalho noturno, foram contemplados com uma
redução no valor do seu subsídio de turno.
Estranha medida esta, que da análise
da Comissão de Trabalhadores é infundada, injusta e absolutamente contrária aos preceitos do Acordo de Empresa. Mais
estranha se torna, por ter sido uma medida cirúrgica, aparentemente direcionada
a alguns Trabalhadores. A interpretação da Empresa não só desrespeita o
trabalho por turnos em si mesmo, como todos os Trabalhadores que nesse regime
laboram, como é, ainda por cima discricionária
entre Trabalhadores, que neste momento se encontram com esta limitação, por
razões de saúde.
Diz
a Empresa, que tem pareceres jurídicos que fundamentam a decisão. Ora, vejamos:
ü Ver o anexo I, onde demonstramos o
atrás referido, com a interpretação da CT, da cláusula 75ª, suportada
igualmente em aconselhamento jurídico especializado.
Reiteramos, cláusula 75, que é leitura direta, como tem e deve ser o Acordo de Empresa. Deve ser um instrumento, acessível a todos os Trabalhadores, não pode ser um compêndio legal, de interpretações duvidosas, de vistos encriptados, apenas acessíveis a alguns juristas, pagos de forma principesco e especializados na decifração destes códigos ocultos, e que só eles podem ver.
É com mal-entendidos, numa altura em que a ordem é cortar em tudo o que é a prestação de serviços externos (FSE), mesmo com um serviço jurídico interno na ANA e na DRH, que vemos a Empresa sentir a necessidade de recorrer externamente a, estes peritos seniores para negociar o futuro AE, (Não será barato este FSE certamente, para não mencionar o potencial conflito de interesses existentes), com a simples boa vontade interpretativa, dos Sindicatos, composto por Trabalhadores de todas as áreas da aviação, na sua maioria sem a referida especialização legal, que altruísta e pro bono, defendem sem subterfúgios ou distorções, os interesses dos Trabalhadores.
Talvez, face ao que se esperava, nós, trabalhadores, devêssemos pedir aos Sindicatos uma parte extra, ou mesmo lançar um crowdfunding,que permite também aos Sindicatos, ser acompanhados em reuniões, por juristas especializados, equilibrando assim as fatias de escala.
Comissão
05/07/2021
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